quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mulher Madura-© Vanessa Pena

A mulher madura não pega, ela toca.
A mulher madura não come, ela se alimenta.
A mulher madura não provoca, ela já é provocante.
A mulher madura não é inteligente, ela é sábia.
A mulher madura não se insinua, ela mostra o caminho sutilmente.
A mulher madura não se precipita, ela espera o momento certo.
A mulher madura não nada, ela navega.
A mulher madura não voa, ela flutua.
A mulher madura não pensa em quantidade, ela prefere qualidade.
A mulher madura não vê, ela observa.
A mulher madura não anda, ela caminha.
A mulher madura não deita, ela adormece.
A mulher madura não é pretensiosa, ela simplesmente se gosta.
A mulher madura não julga, ela analisa.
A mulher madura não compara, ela assimila.
A mulher madura não consola, ela acalenta.
A mulher madura não acorda, ela desperta.
A mulher madura não coloca algemas, ela os deixa livre.
A mulher madura não enfeitiça, ela encanta.
A mulher madura não é decidida, ela apenas sabe o que quer.
A mulher madura não é exigente, ela é seletiva.
A mulher madura não se senti velha, ela se considera experiente.
A mulher madura não se lamenta, ela tenta fazer diferente.
A mulher madura não tem medo, ela tem receios.
A mulher madura não faz juras, ela deixa por conta do tempo.
A mulher madura não tira conclusões, ela faz suposições.
A mulher madura "não desce do salto", ela tem "jogo de cintura".
A mulher madura não brilha, ela é iluminada.
A mulher madura não dá tchau, ela acena.
A mulher madura não gosta de ser vigiada, ela prefere ser escoltada.
A mulher madura não é moderna, ela é elegante.
A mulher madura não quer ser cobiçada, ela prefere ser desejada.
A mulher madura não possui sombras, ela tem aura.
A mulher madura não adivinha, ela tem percepção.
A mulher madura não faz sexo, ela é mestre na arte de amar.
A mulher madura não fica, ela se envolve.
A mulher madura não é fácil, ela é flexível.
A mulher madura não manda, ela administra.
A mulher madura não aflora, ela é um constante florescer.

Enfim, a Mulher Madura é um conjunto de todas as belezas possíveis. É Mulher sensível, mas ao mesmo tempo uma verdadeira guerreira, é forte, mas é feminina, porém, muitos não possuem sensibilidade para perceber tal beleza, mas aqueles que descobrem...preferem morrer nos braços dessa tal mulher, que não é DOCE, mas que, simplesmente é puro MEL.


“Quando resolvi escrever sobre a Mulher Madura, pensei em mim e em todas as mulheres de trinta, quarenta, cinquenta... não importa a idade, claro, não desmerecendo as mais novas, até porque, pretendo falar sobre toda vivacidade que elas possuem.. A Mulher Madura tem um jeito todo especial de ser. Mulher Madura não é ventania, ela é ar em movimento. Ela possui uma beleza peculiar que não se iguala a nenhuma outra. Pena daqueles que não sabem percebê-las!!!” © Vanessa Pena

NOTA sobre a autora: Vanessa Pena, nasceu em dia 29 de abril de 1977, na cidade de São Roque, interior de São Paulo. Trabalha na área Educacional. Se considera uma pessoa bastante autêntica. Usa as mãos como instrumento de trabalho, mas quem dita as regras é seu coração. Se alimenta das palavras, porém, escreve sobre tudo que lhe faz bem.

domingo, 2 de agosto de 2009

Pedaços de Mim- Martha Medeiros


Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

As notas musicais- Walter Siqueira


Que sonhos de valsa são esses...? Ou “Aves Marias” que sonhei sejam de Shubert ou de Gounod, ou até mesmo em forma de Prelúdio como o de Bach, que sem dó nem piedade invadem e me enchem de lágrimas os olhos sentimentalizados pela emoção?
Acho que são sustenidos e bemóis de todas as histórias de amor em canções ritmadas que soletramos e cantarolamos sem saber ao certo os graves e agudos, nem as pautas musicais. Ah! Os violões, cavaquinhos, teclados e violas, dedilhados com maestria por musicistas a nos causar inveja!
O fá, lá, dó, mi, que eram ouvidos, e pronunciados e que nos diziam tudo, sentidos e absorvidos que eram, pela candura dos tons da sua musicalidade. Ré que é notável, e não prisioneira... O sol, que suaviza e brilha até pelos dedos inocentes de uma criança... As inúmeras e maravilhosas rapsódias executadas em mi, seja maior ou menor, como se não valesse o seu tamanho nas claves de fá ou de sol. E o sol, brilhante em todas as suas traduções. As de astro rei, divino e encantante, quando expresso nos salões em forma de orquestras e poesias... E a nunca esquecida e última da escala musical, a nota si, que tantas e quantas vezes, deslumbrou a vida dos mais importantes solistas e maestros que o mundo concebeu!
Notáveis, essas sete teclas da minha memória musical, tão evocada em anseios e delírios que fulguram numa escala benfazeja dentro do teatro do meu coração, na platéia atenta da minh'alma, também inquieta para saber quem vai ensaiar ou reger senão DEUS, o destino desse apaixonado vocalista e solfejador, que só conhece sem dedilhar os ébanos e marfins das teclas maviosas.