domingo, 2 de agosto de 2009

As notas musicais- Walter Siqueira


Que sonhos de valsa são esses...? Ou “Aves Marias” que sonhei sejam de Shubert ou de Gounod, ou até mesmo em forma de Prelúdio como o de Bach, que sem dó nem piedade invadem e me enchem de lágrimas os olhos sentimentalizados pela emoção?
Acho que são sustenidos e bemóis de todas as histórias de amor em canções ritmadas que soletramos e cantarolamos sem saber ao certo os graves e agudos, nem as pautas musicais. Ah! Os violões, cavaquinhos, teclados e violas, dedilhados com maestria por musicistas a nos causar inveja!
O fá, lá, dó, mi, que eram ouvidos, e pronunciados e que nos diziam tudo, sentidos e absorvidos que eram, pela candura dos tons da sua musicalidade. Ré que é notável, e não prisioneira... O sol, que suaviza e brilha até pelos dedos inocentes de uma criança... As inúmeras e maravilhosas rapsódias executadas em mi, seja maior ou menor, como se não valesse o seu tamanho nas claves de fá ou de sol. E o sol, brilhante em todas as suas traduções. As de astro rei, divino e encantante, quando expresso nos salões em forma de orquestras e poesias... E a nunca esquecida e última da escala musical, a nota si, que tantas e quantas vezes, deslumbrou a vida dos mais importantes solistas e maestros que o mundo concebeu!
Notáveis, essas sete teclas da minha memória musical, tão evocada em anseios e delírios que fulguram numa escala benfazeja dentro do teatro do meu coração, na platéia atenta da minh'alma, também inquieta para saber quem vai ensaiar ou reger senão DEUS, o destino desse apaixonado vocalista e solfejador, que só conhece sem dedilhar os ébanos e marfins das teclas maviosas.

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